segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DILMA, JATENE E AS REELEIÇÕES (AMEAÇADAS)

(Israel Fonseca Araújo – Professor e Professor)


Os senhores e as senhoras bem sabem que eu sou contra o instituto da reeleição (projeto de FHC, de 1997, visando a perpetuação do PSDB no governo federal). Já disse isso publicamente várias vezes, publiquei em redes sociais e neste nosso blogue. Ou seja, defendo que a legislação aplicável seja alterada e que cada governador(a), prefeito(a) ou presidente(a) governe por cinco ou seis anos, mas passe a faixa a outra pessoa, seja do mesmo partido/coligação, seja pessoa "adversária".

Mas lei deve ser cumprida e a lei atual permite a reeleição.

Nesse cenário, os casos do governo do Pará, prefeitura de Igarapé-Miri e governo federal são ilustrativos: no Pará, o PSDB é o "dono" do povo, vem governando desde 01/01/1995 (Almir Gabriel), foi interrompido por uma aliança eleitoral de sucesso, em 2006, entre PT e Jader Barbalho, que levou a então senadora Ana Júlia Carepa ao governo (2007 até perto do reveillón de 2010: Nery de Abaetetuba gostou muito dessa cena), depois voltou o Jatene vitorioso de 2002 (governo 2003 até 2006) e passou a mão na faixa de 01/01/2011 até fins de dez./2018.


(Simão Jatene/PSDB)


Jesus amado, se o STF (Supremo Tribunal Federal) nada fizer no "caso Cerpasa" não sei o que será de nós, professores/as deste estado, nem de nossas estradas, nossos cheques para moradias etc. Mas isso é ponto de vista meu; eu respeito o seu. Portanto, reeleição no Pará é coisa benéfica ao PSDB.

Em Igarapé-Miri a coisa é imprevisível. Desde as eleições de 2000 (primeira a permitir reeleição para prefeitura), apenas Mário Leão conseguiu releição, em 2000 (Dilza Pantoja pegou lavada de Roberto Pina, 2008; Pina pegou banho de "Boto" (Ailson do Amaral), em 2012. A Ailson já avisou que será prefeito de Igarapé-Miri, em 2016. Conclusões: já sabemos quem governará o Miri até 2020; e sabemos que os partidos PSB, PP (antes era PPB), PFL (depois, DEM), PT e DEM governaram ou governam Ig.-Miri até agora.

No Brasil, FHC sagrou-se reeleito (em 1998), depois Lula da Silva ganhou de Serra (2002), venceu Alckmin com muita "força" (em 2006), conseguiu eleger uma técnica, sem nenhuma carreira política, Dilma Rousseff (2014), e a mesma Dilma (com apoios de Marina Silva, Ronaldo Nazário, TV Globo e revista VEJA) conseguiu se reeleger ontem (vencendo um exímio conquistador... de votos, homem de forte carreira eleitoral: 4 mandatos de deputado federal, dois de governador de estado e um mandato (em curso) de senador da República.

Entenda-se que o instituto da reeleição vem servindo apenas ao PT (no plano federal; o partido irá para seus 16 anos de governo) e ao PSDB, no Pará (irá para seus 16 anos de governo) e em São Paulo (onde ficará por uns 24 a 28 ou 32 anos governando; tenha ou não água para os paulistanos se lavarem, depois das festas eleitorais).

Fica uma pergunta: que modelo de democracia eleitoral é esse, que permite a apenas uma das forças em disputa o domínio da cena eleitoral?

Em vinte anos de governança no Pará, o PSBD terá dezesseis deles (exatos 80%) e em 24 anos de governança no Brasil, o PT terá dezesseis deles (bem mais da metade).

NO APERTO

Mas, como tudo é dinâmico nesta vida, em 2014 Simão Jatene (PSDB) e Dilma Rousseff estiveram fartamente ameaçados de perder a corrida eleitoral. Os motivos são muitos e muitos e levariam páginas a fio para citar e brevemente comentar (ficará para outra época). Mas as ameças foram muito reais: uma cria da Ditadura Militar, Aécio Neves da Cunha, quase derruba Dilma; um dos filhos de Jader Barbalho, o jovem Helder, iria derrotar outra cria de Barbalho, o tal do Simão Jatene. Mas Jatene conseguiu o seu terceiro mandato - e será o primeiro governador do Pará a conseguir essa soma (salvo engano meu).

E a vida segue...


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Números das apurações - segundo turno (Pará e Brasil):

Simão Jatene (PSDB) teve 1.858.869 (51,92%) contra 1.721.479 (48,08%), do peemedebista Helder Barbalho. Venceu com uma diferença de 137.390 votos. Dilma alcançou com exatos 54.501.118 (51,64%), contra 51.041.155 (51,64%), de Aécio Neves da Cunha: 3.459.963 votos de diferença - (são percentuais de votos válidos).

(Fonte: http://divulga.tse.jus.br/oficial)


Haja aperto; haja coração.

Digo e digo mais ainda.






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