O portal virtual de notícias das Organizações Rômulo Maiorana (ORMNews) repercutiu para todo o mundo o trabalho, já conhecido mundo afora, da professora miriense Josineide Pantoja da Costa, do Colégio Manoel Antonio de Castro (MAC). A publicação seguinte mostra, em resumo, uma parte dos esforços dessa brilhante professora e pesquisadora - que não mede esforços para trabalhar e continuar estudando, para o bem do MAC e de toda Igarapé-Miri.
Segue texto:
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Ação
de escola é premiada
Professora de igarapé-miri cria
metodologia sistemática para incentivar estudantes à iniciação científica
Para descobrir os recursos naturais da floresta amazônica e transformá-los em
oportunidades de novos conhecimentos e de geração de empregos para quem nela
vive é fundamental a qualquer cidadão, nativo ou não, ter curiosidade para
aprender. Esse processo merece ser incentivado desde cedo na região da maior
floresta equatorial do mundo e da maior bacia hidrográfica da Terra, como
acredita a professora Josineide Pantoja
da Costa. [na foto abaixo]
(Profa. Josineide Costa (à direita), com Profa. M.Sc. Adriane Gonçalves e Prof. Hélio Júnior, durante o II Colóquio sobre Biodiversidade, realizado em setembro de 2014, em Igarapé-Miri)
A professora
criou há alguns anos uma sistemática de ensino na Escola Estadual Manoel
Antônio de Castro, a chamada Escola MAC, localizada no município de
Igarapé-Miri, na região Nordeste do Pará, que incentiva o gosto pela ciência
entre os estudantes.
Graduada em
Ciências Naturais com Habilitação em licenciatura em Biologia/Uepa, mestre em
Biologia Celular pela UFPA e doutoranda em Biologia dos Agentes Infecciosos e
Parasitários/UFPA, a professora Josineide Costa sempre defendeu a educação como
a principal ferramenta para as famílias de baixa renda da Amazônia melhorarem a
qualidade de vida. “Tive propostas para lecionar em escolas de Belém, mas
escolhi a Escola MAC por estar situada no interior do Estado e porque eu queria
contribuir com a educação no interior onde as oportunidades são muito limitadas
e as dificuldades de ensino são mais acentuadas em comparação à capital do
Estado em função de vários fatores”, afirma.
Na Escola MAC
Josineide Costa desenvolve vários projetos que são coordenados por professores
que trabalham no laboratório multidisciplinar do colégio. Os professores são
Hélio Nascimento da Paixão Júnior e Maria José Barbosa Maia, de Química, e
Josineide como professora de Biologia da escola e pesquisadora do laboratório.
Os principais projetos científicos coordenadas por Josineide Costa na MAC são:
Projeto Ciência na Escola, que trabalha palestras anuais com temas científicos
mostrando a importância da Ciência para o desenvolvimento social; Feira
Científica Municipal do Colégio MAC (Feicmac), evento voltado para a formação
científica e cidadã de jovens, sob coordenação da professora e tem como
parceiro um grupo com 15 pesquisadores da UFPA e UFRJ.
O projeto foi
submetido e aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) nos anos de 2013 e 2014, recebendo ajuda financeira para sua
realização. A cada ano, 3 mil pessoas prestigiam o evento envolvendo projetos
de pesquisa de diversas áreas do conhecimento presentes na Feira. Esse evento
tem como premiação medalhas e credenciais para participação em outras feiras
que ocorrem em outros Estados e outros países como a Feira Nordestina de
Ciência e Tecnologia (Fenecit), Feira Brasileira de Ciências e Engenharia
(Febrace), Expo Ciência Latino-americana - ESI-AMLAT (Colômbia).
Alunos mais
críticos e humanizados são metas dos projetos
A inserção da pesquisa
na Educação Básica, como ressalta a professora Josneide, vem sendo alvo de
grandes discussões entre pesquisadores de diferentes áreas, por considerarem
relevantes as atividades de pesquisa nas escolas para formação de alunos
críticos, cidadãos mais conscientes preparados para as mazelas sociais, além de
favorecer a formação de potenciais pesquisadores desde o Ensino Básico. “É
preciso formar na educação básica, cidadãos críticos que tenham atitudes,
conhecimentos e habilidades básicas sobre Ciência, para prepará-los para a
vida, mesmo que não venha a seguir carreira como pesquisador”.
A professora
destaca que “o estudante na condição de autor de projeto de pesquisa é um
protagonista em Ciências que redescobre, reinventa e até mesmo gera conhecimento
científico-tecnológico a partir de observações que ele mesmo formula, seguindo
o método científico investigativo. Assim, envolvido em projetos de pesquisa, o
aluno do ensino básico tem habilidades para pensar como pesquisador, torna-se o
protagonista no processo de ensino-aprendizagem, além de vir a ser um
apaixonado pela Ciência e principalmente pelo que pode realizar a favor da
Humanidade com ela.
Na MAC existem
estudantes com idade variando entre 15 e 20 anos que participam dos projetos.
“Alguns ex-alunos da escola seguem com seus projetos na graduação e nós fazemos
esse acompanhamento”, afirma a professora. São 15 os estudantes envolvidos
diretamente com projetos de pesquisa na Escola. Entretanto, esses 15 alunos dão
suporte a mais de 500 alunos com atividades científicas que contemplam todo o
corpo discente da escola como as aulas práticas no laboratório
multidisciplinar, ciclos de palestras, cursos de férias e feira científica.
Grande parte desses estudantes se inclui em um perfil socioeconômico de baixa
renda, de famílias pobres. A maioria dos pais são pequenos comerciantes da
cidade de Igarapé-Miri.
Reconhecimento
vem de todo o país
Como resultado do
esforço da professora Josineide e dos estudantes da MAC, a comunidade escolar
contabiliza, entre outras, conquistas: 2012-Febrace/USP-Melhor projeto em
relevância social; 2013-INBEB/UFRJ-Melhor projeto de iniciação científica
Educação Básica; 2013- Febrace/USP-Melhor pôster científico; 2013-Fortaleza
CE-Melhor Projeto de Ciências da Saúde do Brasil; 2013-Abu Dhabi-Emirados
Árabes- Honra ao mérito (professores Josineide e Hélio Nascimento e as alunas
Mayra Carolina e Janaína Pompeu foram até os Emirados Árabes); 2014-
Febrace/USP-Melhor - Melhor projeto de microbiologia; 2012 e 2013: aprovação do
projeto de feira científica pelo CNPq e, em 2013, Josineide Costa integrou o
grupo dos dez melhores professores do Brasil.
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