quinta-feira, 2 de outubro de 2014

NA POLÍTICA PRATICADA EM IGARAPÉ-MIRI: QUEM É OU PENSA QUE É E QUEM PODE NÃO SER NADA DO QUE PENSA, MAS SEMPRE PENSANDO QUE É O QUE NÃO É E OUTRAS COISAS...

prof. Israel Fonseca Araújo






Este texto não é acadêmico, nem bem construído, nem se quer acabado (como se tal fosse possível). É apenas uma maneira de contribuir com o debate de nossos rios e nossas ruas (ou buracos de ruas) miriense.

Os primeiros dias de outubro de 2014 marcam, na cena eleitoral de Igarapé-Miri, a hora de ver quem tem "roupa no varal", ou quem tem "bala na agulha", em termos eleitorais. 2014 marca as disputas no plano majoritário (Presidente, Governador e Senador/a) e nas corridas proporcionais (deputados estadual e federal), estas as mais injustas - apesar de amparadas pela legislação - legislação elaborada e carimbada pelas ações, não raro, de deputados e senadores/as. Seria o legislar em causa própria?

Uma demonstração: um candidato a deputado poderia ser eleger com a soma (p. ex.) de 28.000 votos e outro, tendo conseguido mais de 80.000, não se sagraria eleito. É a praga do coeficiente eleitoral - uma maneira de calcular quem fica e quem não fica com a vaga. Se o partido ou a coligação não conseguir chegar a um determinado número de votos válidos, ninguém dela ou dela consegue se eleger (em Igarapé-Miri, em 2008, Rufino Leão, Nenca e Toninho do Murutinga ficaram de fora da Casa de Leis, mesmo tendo uma ótima captura de votos; em 2012, foi a vez de Âgela Maués (PSD) e Kadhek (PSD), Joca Pantoja e outros passarem por isso).

POSSIBILIDADES...

Na corrida majoritária de 2014, as pesquisas insinuam que Paulo Rocha (PT) será o eleito para o Senado (mandato de oito anos; Rocha já foi deputado federal pelo PT por cinco mandatos, no último dos quais renunciou, na tentativa de se livrar de processo de cassação: hoje o TSE decidiu que sua segunda candidatura ao Senado está liberada e, logo, que ele não é "FICHA SUJA"). Essas mesmas pesquisas indicam que a petista Dilma irá decidir sua sorte no segundo turno, contra Marina Silva (atualmente estacionada no PSB, enquanto não cria a "sua" Rede Sustentabilidade - rede que o "sustentaria" pelo restante da vida?) - ou contra Aécio Neves (PSDB), o candidato da direita oligárquica, quem conta com uma rede de apoios de inúmeros setores da sociedade brasileira, mas que tem pouca aceitação entre os mais pobres - que defendem mais a Dilma do que esses dois últimos: o lulismo ainda faz muito estrago na hora em que os dedos entram na urna eletrônica.

A corrida ao governo do Pará (no plano majoritário) tem duas "criaturas" de Jader Barbalho se digladiando, reciprocamente: Helder Barbalho (PMDB), filho de sangue de Jader (com Elcione), ex-prefeito de Ananindeua; e Simão Jatene (PSDB), um homem criado, politicamente, por Jader - desde os anos 1980... que seria uma "cobra" com bico de tucano, nos dias atuais. As pesquisas encomendadas pelo grupo Liberal mostram o seu candidato (Jatene) na frente, mas uma delas chegou a ser proibida pela justiça (por suspeita ou confirmação de fraudes) e outra foi paga pela ORM, mas não foi divulgada; nas pesquisas não encomendadas pelas ORM Helder fica mais à vontade. O que eu diria aqui é que haverá segundo turno, no Pará, entre os barbalhos, Helder e Jatene. Mas, vamos esperar pra ver.


SOBRE ALGUMAS "FERAS" DE IGARAPÉ-MIRI

O caso de Igarapé-Miri é interessante (pena que não tenho tempo para discorrer profunda e comicamente sobre ele). A disputa para deputado estadual tem nomes de pouco peso  no cenário político municipal (Josias Belo/PSC, Valdir Jr./PTdoB, João Batista Matos/PDT e Joca Pantoja/PPS, este parece estar mais forte). Desses, Joca já foi Vice-Prefeito (2001 a 2004), candidato a vive, com Graça leão (2004) e candidato a Vereador (2012, com boa votação). Josias Belo teve quase 1000 votos para Vereador (2012) e está atuando como Vereador (2013-2016).

Ítalo Mácola (PSDB) é o mais forte de todos, usa bem o nome de miriense (ao menos de tempo em tempo) e tem bom capital de votos no Miri. Já foi muito bem fortalecido por Dilza Pantoja, em épocas passadas, e atualmente é apoiado por Ailson do Amaral, o respeitado "Pé de Boto". Domingo será o dia de ver o poder das "balas" (ou o peso das roupas do "varal") de Mácola, pois é muito discutida nas ruas e nas rádios cipós miriense uma possível fraqueza, queda eleitoral desse tucano. Muito se fala que ele sairá muito enfraquecido dessa corrida e há quem diga que ele "tem a força". A sua relação com os Amarais poderia ser sintoma dessa força.

Mas o que mais se comenta por estas terrras é o pós-5 de outubro, ou seja, as consequências para a corrida à Prefeitura de Igarapé-Miri, em 2016. Como esse caso implica uma série de variáveis, listaremos alguns tópicos (pedindo a Deus que não cheguem a 25!):

1- Ailson do Amaral já definiu o prefeito de Igarapé-Miri no pleito de 2016: disse, quando foi preso (16 de setembro deste) que ele será eleito novamente prefeito de Igarapé-Miri, pois o povo "gosta dele". Há quem pense o contrário, mas o considerado não tem dúvidas de que ele será eleito de novo. E, se ele disse, está dito. (Mas temos outros itens);

2- Uma vitória de Helder fortaleceria Francisco Pantoja (PMDB), ex-vice-prefeito de Igarapé-Miri (2009-2012), além do Ver. Nenca (PMDB), atual presidente da Câmara (que pode virar prefeito interino de Igarapé-Miri...) e, dentre outros, o sr. Roberto Pina Oliveira (ex-prefeito de Igarapé-Miri (2009-2012), que mantém uma forte aliança política com Francisco Pantoja - até prova em contrário. Pantoja preside o PMDB, de Jader/Helder, em Igarapé-Miri;

3- Uma vitória de Jatene fortaleceria o bloco miriense anti-PT: à frente a Dilza Pantoja, o "Pé de Boto" e o sr. Ítalo Mácola (com suas estruturas infindas). Mas a fase atual desse grupo não é das melhores, mesmo sendo eles da base de Jatene (ou, sobretudo por esse motivo: Jatene não "decolou" em Igarapé-Miri, nem como governador, nem como candidato à reeleição);

4- Caso a vaga paraense ao Senado fique com o petista Paulo Rocha, o grupo do item 2 se fortalece - o que pode(ria) abalar as estruturas listadas em 3; mas o caso é muito mais complexo. Por ex.: parlamentares petistas apoiam prefeituras comandadas por quaisquer partidos (inclusive de seus maiores algozes: PSDB e DEM) e, assim, Paulo Rocha não deixaria de apoiar o governo(?) miriense, nas mãos do DEM ou do PSD ou do PMDB ou... de quem mais?; mais ainda: neste ano, o DEM, no Pará, ou uma parte dele, está com Helder (PMDB), que está com o PT - de Paulo Rocha e Roberto Pina;

5- Quase ninguém mais acredita que o grupo capitaneado por Dilza Pantoja volte a eleger Ailson do Amaral - ou uma pessoa da confiança dele, para prefeito(a) de Igarapé-Miri. Quase ninguém crê em uma aliança dos grupos comandados por Dilza e Roberto Pina (juntos). Entre os petistas e os amarais parece não haver chances de articulação. Não se fala mais em Mário Leão nesses tabuleiros políticos, mesmo sendo ele um dos melhores prefeitos que Igarapé-Miri teve, depois de 1988; não se sabe pessoas ascendentes, como Vladmir Afonso (ex-vereador "Fuxico" e ex-presidente da Câmara, recentemente cassado por caixa dois de campanha) voltará a ser una e carne de Ailson do Amaral. Caso Helenilson Pontes (PSD) não se eleja senador, o grupo dilziano fica menos forte; Mário Couto (PSDB) fortaleceria o pessoal de "Fuxico" e do Ítalo Mácola; Duciomar (PTB), sendo eleito, fortaleceria Pr. Alberto Amorim e equipes - o pastor tem certo prestígio político em Igarapé-Miri e já foi citado pelo blogueiro Gleyson Castro (Blog Folha de Igarapé-Miri), juntamente com Joca Pantoja e advogado Raimundo Augusto, como um provável candidato a prefeito em 2016;

6- Comenta-se em bastidores que Josias Belo e Valdir Jr. colocarão seus votos (deste domingo) nas mesas de negociações, dentro das articulações da corrida ao Palacete "Senador Garcia", em 2016. Quase ninguém leva isso a sério, mas tem muitas piadas circulando Miri adentro que falam sobre outro candidato miriense - que não merece, ainda, as considerações deste blogueiro;

7- Obviamente que se Dilma Rousseff sagrar-se vencedora o grupo petista (RP, à frente) fica mais encorpado para 2016; ela sendo reeleita e Paulo Rocha chegado ao Senado (Jader está lá, por mais quatro anos), contando com uma saída de Jatene... esse grupo vem com tudo, daqui a dois anos.

8- De certo mesmo é só uma coisa: igarapemirienses andam muito desmotivados neste pleito; seja porque Ailson está ausente desse campo, seja porque investirão mais em um segundo turno entre os barbalhos; seja porque Roberto Pina saiu do governo municipal com fama de pessoa pouco grata, que não ouve as pessoas, deu muitas patadas em “companheiros” de anos de ação política, se acha rei de muitas “cocadas”, seja porque quase todos os treze (ou todos/as) vereadores de Igarapé-Miri estão extremamente desacreditados (sobretudo por defenderem Ailson “Pé de Boto”), seja por outros motivos.

9 - Qual dos três principais grupos (petistas, com Roberto Pina; Dilza Pantoja e Fuxico/Ailson do Amaral) sairá mais fortalecido depois das votações de 05 e/ou 26 de outubro? Aparecerá outro grupo, além desses? Seria o grupo dos "emergentes"?

10 - O que esses esforços de 2014 significam? Principalmente, que tem gente se armando para 2016. Isto, sim, é o alvo de muitos graúdos da política miriense.

11 - Se você, ou o sr./a senhora, for votar, domingo, leve a sua razão e vote sempre se lembrando do que fizeram conosco em 2012, pois as dores e o ranger de dentes já estão chegando às nossas casas. E ainda nelas ficarão por longo tempo.

12 - Peço desculpas por dizer isso; não quero invadir seus pensamentos: só digo porque algo que esteja tão ruim sempre pode piorar um pouco mais (comprovamos isso, olhando pra nossa própria carne miriense) – Deus cuide de quem acredita nele; quem não é cristão, que se fortaleça dos seus modos.

Forte abraço, gente amiga.

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