sábado, 11 de outubro de 2014

PREFEITURA DE IGARAPÉ-MIRI: PROCURA-SE GENTE CORAJOSA, COMPETENTE E DETERMINADA PARA "ESQUENTAR" UMA FAMOSA CADEIRA DE PREFEITO(A)


Israel Fonseca Araújo (Professor e Professor)

O município de Igarapé-Miri, com uma população de mais de sessenta mil habitante, instalado na região nordeste do Pará (mais especificamente, na região banhada pelo grande rio Tocantins), está vivendo notável clima de incertezas políticas e quanto à gestão municipal.
[ao final deste texto, há um mini cenário de prováveis disputas eleitorais]

(Palacete "Senador Garcia": a sede do governo miriense mais parece uma casa abandonada - e castigada, sofrida, sem líder, ineficiente. Na manhã de sexta-feira (10/10), às 09h e 30min., a realidade era de total abandono por ali)


Depois da saída de Ailson do Amaral (DEM), o “Pé de Boto”, dia 16 de setembro deste, o então vice-prefeito Edir Corrêa (PSD) assumiu interinamente, instalou om Governo Interino, exonerou todo secretariado que era da total confiança de Ailson, nomeou alguns (Nair Cunha/Educação, Dalva Costa/Assistência Social, Darlene Pantoja/Saúde, João Batista “Preto”/Finanças, Judite/Administração), determinou várias medidas administrativas que poderiam dar um mínimo de condições para governar, já que as informações de bastidores diziam que a “casa” estava em ruínas.

Pouco mais de duas semanas depois, Edir saiu do comando da Prefeitura de Igarapé-Miri, com a volta de Ailson do Amaral. Muitas festas e coisas impublicáveis aconteciam desde a segunda (06/10), novas exonerações e nomeações começaram a surgir. Entre as festas de segunda, terça e quarta, não se sabe o que de TRABALHO de prefeito e secretariado foi feito, mas a quinta (09/10) veio instalar novo fato histórico em nossa castigada Igarapé-Miri: o TRE-PA, Tribunal Regional Eleitoral do Pará, cassou, por 7 votos a zero, o então prefeito, Ailson, e o vice-prefeito, Edir Corrêa. No mesmo ato, abriu caminho para a realização de eleição suplementar (apenas para o cargo vago de prefeito) em Igarapé-Miri.

“Pé de Boto” chegou a Igarapé-Miri na terça, 07/10, mas um decreto (Decreto 031/2014) de 04 de outubro de 2014 foi publicado no site oficial da Prefeitura (www.igarapemiri.pa.gov.br), por meio do qual ele exonerava secretários e determinava outras mudanças.

O vereador José Roberto ("Nenca"/PMDB), presidente da Câmara Municipal, terá de assumir (por força de lei) o cargo de Prefeito Interino, até a posse do próximo prefeito, ou próxima prefeita. Isso embrulhou ainda mais as coisas por aqui; "Nenca" é do partido liderado pelo ex-vice-prefeito de Igarapé-Miri, Francisco Pantoja, e ninguém sabe se ele tem intenção de alterar o quadro de secretariado existente; ninguém sabe o que “Nenca” pretende(ria) fazer, como prefeito, nesses cerca de 60, 70 dias que, creio, ele funcionará como prefeito; caso Francisco Pantoja use as prerrogativas de que dispõe, como presidente do PMDB, a campanha de Helder Barbalho (PMDB) ao governo do Pará poderá ser fortalecida nesta cidade, haja vista que uma construção de governo interino de “Nenca” poderia estabelecer fortes alianças eleitorais em um forte contexto de polarização Helder - Jatene.

Quem seriam as pessoas que se disporiam a trabalhar, e trabalhar com um mínimo de sossego nesse cenário de entra e sai de prefeito e desprefeito em Igarapé-Miri: que servidores públicos, de preferência de carreira e com reconhecidas capacidade técnica e política, gostariam de assumir secretarias municipais no governo “Nenca”? Quem quer correr sérios riscos de “arranhar” sua imagem, já que há secretarias municipais (de tão sucateadas) que metem mais medo do que os “chupa cabra” que comem galinhas sem lavar, tirar as tripas, depenar e cozinhar?

Além disso, a saída de Ailson e Edir ao mesmo tempo parece enfraquecer dois dos principais grupos políticos mirienses da atualidade: grupo “Pé de Boto” e grupo “Dilza Pantoja” (estrutura já arruinada com a perda de mandato de Nayara Pantoja (PSD), filha de Dilza). Mesmo assim, esses dois grupos são dos três ou quatro mais poderosos da atualidade.

A ELEIÇÃO SUPLEMENTAR a ser realizada aqui, e creio que de fato será realizada, forçará pessoas a se apresentarem ao povo como candidatos/as, pois o povo poderia achar que é covardia de quem pudesse concorrer e “não quisesse”, por se tratar de um mandato de dois anos ou até menos (em 2016, voltaremos às urnas para as eleições regulares desse ano); assim, se uma pessoa se enfiasse em uma toca, agora, poderia pegar “balsa” em 2016 – uma represália até entendida, pois é sabido de muita gente que se não houver trabalho de prefeito nesta terra, para arrumar minimamente a gestão e dar um mínimo de dignidade aos alunos nas escolas (merenda escolar e transporte, p. ex.), às pessoas que procuram serviços de saúde (o maior caos destes 21 meses passados), coleta de lixo, limpeza urbana, pagamentos de salários e encargos trabalhistas, entre outros aspectos, a situação do próximo(a) gestor(a) (2017-2020) será de respiração por aparelhos.

Há muitos e muitos aspectos a considerar, mas, para não lhe cansar mais e mais, vamos ver quem seriam as principais peças do tabuleiro político/eleitoral miriense, neste momento (trágico e cômico, em um só tempo): pessoas que poderiam (podem) ser candidatos/as a Prefeito e vice, e/ou vice-prefeito (ordem alfabética):


Amadeu Corrêa Filho (advogado)*: o maior defensor público de Ailson “Pé de Boto” tem larga experiência na advocacia criminal e ganhou notabilidade no seio social miriense na gestão “De Mãos Dadas com o Povo”; Filho já se lançou candidato a prefeito, ao menos em redes sociais. Pode ser o grande nome patrocinado por Amaral nesse pleito e muita gente acredita que, se Amaral resolver sustentar uma possível candidatura de Filho, o Palacete poderia ser "dele";

Darinho Pantoja: é considerado uma pessoa trabalhadora, séria em seus negócios e bem relacionada politicamente: acredita-se que poderia compor um dos principais grupos em construção ou instalado...

Darlene Pantoja (PSD): irmã da ex-prefeita Dilza e considerada nos bastidores da política miriense como o nome desse grupo para concorrer ao cargo de prefeita. O desafio seria encontrar um candidato a vice (“de peso”) pra arrecadar mais votos e conquistar a prefeitura: Dilza Pantoja é, ao lado de Roberto Pina, uma das pessoas de maior capital política dos últimos 10 anos; atuou como Secretária de Saúde no governo interino comandado por Edir Corrêa;

Francisco Pantoja (PMDB): o ex-vice-prefeito de Igarapé-Miri e ex-Secretário de Saúde do Governo “da Participação Popular” é forte nome para uma possível chapa com Roberto Pina ou, até, para formar outra chapa (outro grupo);

Francisco Corrêa (PR): é uma das peças sempre consideradas antes das convenções partidárias. Poderia ser o representante de um grupo que estaria sendo formado no Miri: o grupo “dos empresários”, que também poderia ser liderado por Joca Pantoja;

Jefferson Mácola (PSDB): o ex-Secretário de Saúde de “Pé de Boto” saiu muito mal na foto da pasta, exonerado em julho passado, mas é parente direto de Ítalo Mácola e isso já diz muita coisa;

Joca Pantoja (PPS): o ex-vice-prefeito de Igarapé-Miri (2001 a 2004) e candidato a vice, com Graça Leão, em 2004, foi o candidato a deputado estadual mais votado no Miri, com cerca de 3.200 votos. É homem muito popular e está sendo assediado e bem respeitado nestes tempos de caos na Igarapé-Miri em ruínas;

Kadhek Pantoja (PSD): seria uma saída para o PSD, já que é um jovem muito bem relacionado e de indiscutível carisma na cidade; sem Darlene no páreo, ele poderia uma boa carta na manga. O Blog Folha de Igarapé-Miri (de Gleyson Castro), um dos mais lidos do município, levantou essa discussão recentemente;

Roberto Pina (PT): o ex-Prefeito de Igarapé-Miri foi derrotado por “Pé de Boto”, no pleito de 2012, vem sendo considerado por muitos como “a saída” para arrumar as estruturas administrativas mirienses. Pina foi de longe o melhor prefeito que Igarapé-Miri teve desde os anos 1980 e é visto como eficiente articulador de conquistas para Igarapé-Miri. A listagem de obras, serviços e demais conquistas de seu governo (2009-2012) levaria boas páginas e tempo para escrever. É a grande incógnita desse período de articulações que antecedem a campanha eleitoral a surgir no Miri, daqui há um mês, mais ou menos.


Só restaria saber que tem as costas e outras coisas mais "quentes", pois a cadeira está pegando fogo.

Vamos aguardar e ver quem tem boas roupas no varal.


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*O blog não tem a certeza da filiação partidária de todas as pessoas listadas.







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