Israel Araújo (Professor
e Professor)
A ignorância pra mim em nada se confunde com
estupidez, grosseria. Ignorar é não conhecer. Portanto, eu sou ignorante
(parcial e/ou totalmente) em vários assuntos, pois não conheço muita coisa, não
sei falar sobre várias problemáticas que constituem nossa vida em comunidade.
Portanto, não comungo da definição em
(3), a seguir:
Ignorância (s.f.): (1) estado daquele que ignora algo, que
não está a par da existência de alguma coisa; (2) estado daquele que não
tem conhecimento, cultura, em virtude da falta de estudo, experiência ou
prática (Ex.: <i. musical> <i. histórica>); (3) atitude grosseira; grosseria,
incivilidade (Houaiss virtual –
grifos meus).
Digo isso por causa disto: nestes tempos de
eleições (isto é, captura de votos) eu tenho visto muitas publicações que
trazem informações, geralmente até então desconhecidas, sobre personalidades da
política partidária (candidatos a governo e/ou a presidência da República, p.
ex.). Além de muitas informações sobre o sr. Ailson do Amaral, em publicações
do blog Gazeta Miriense (o maior e melhor deste município), em outros blogs,
sites, portais de notícias do Pará e jornais impressos; informações que era, no
geral, desconhecidas do grande público. Caso o prefeito(a) de Igarapé-Miri
fosse outra pessoa, as informações também teriam de circular.
Claro que isso não se dá apenas em tempos
eleitorais, nós sabemos.
De outro lado, assistimos a uma verdadeira operação
“Esconde-Esconde”, para que pessoas
não tomem conhecimento de tais fatos, ou supostos fatos, e não venham a mudar
de opinião em relação a esses políticos. Ou seja, que pessoas continuem a
IGNORAR fatos, dados; que continuem sem saber de coisas que elas, por serem
pessoas humanas, deveriam saber. Assim diz a Constituição Federal do Brasil
(1988):
Art. 5º Todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato; (grifei)
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
(grifei)
O que temos contra as liberdades de expressão?
O
que, contra a prerrogativa das pessoas de poderem se manter informadas?
Quem deve ser o “beneficiado” pela cegueira alheia?
Defensores/as de um prefeito ou vereador(a),
governador(a)... deveriam ajudar Outrem
a obter informações importantes e/ou indispensáveis para ter vida digna: não é
por ela que trabalhamos, que lutamos diariamente?
O
que significam os “ataques” aos quais certos políticos se referem? Ou, com mais
calma: quando se pergunta sobre a conduta humana de gestores e demais
personalidades públicas que querem nos governar, nos “representar” nos
parlamentos, o que seria “ataque”? Ataque corresponderia ao fato de “A” revelar
aos outros/as o que “B” pode ser (ou verdadeiramente o é), mas não seria
possível sem essa atitude de “A”?
1
– Dizer que Aécio Neves agrediu ex-namoradas é “atacá-lo”? Dizer que Aécio perseguiu
jornalistas, blogueiros e congêneres, em Minas, é “atacá-lo”? Dizer que ele pode
estar envolvido com desvio de recursos e outros crimes contra a Administração
Pública é “atacá-lo”? Dizer que Aécio persegue sindicato de professores/as, em
Minas, “atacá-lo”?
2
– Dizer que Jader Barbalho é processado devido sua atuação na SUDAM, se ele
responde a processos, é “atacá-lo”?
3
– Dizer que Simão Jatene está envolvido em gigantescos escândalos (pois essas
ações ferem a Moralidade (art. 37 – CF 1988, caput): caso Cerpasa, caso Detran-PA com Santa Cruz de Cuiarana, programa
Cheque-Moradia 2014, uso de postos de combustíveis de filho e parentes para abastecer
viaturas oficiais etc. é “atacá-lo”?.
4
– Dizer que Jatene mandou prender professores/as e técnicos, na Seduc-PA, em
2013, sem que os mesmos pudessem receber água e comida, e pode ter determinado a
seus auxiliares que mandassem os PMs agredir trabalhadores(as) da Educação
Pública é “atacá-lo”?
5
– Dizer que Paulo Rocha e Seffer enfrentaram processos na Câmara Federal e na
Alepa (respectivamente) é “atacá-los”?
O que significa ter direito de acessar as
informações, neste país?
Por que, em Igarapé-Miri, não se pode falar sobre
os processos das personalidades públicas? (Se elas não quisessem ser
criticadas, que ficassem vivendo sempre suas vidas privadas; mesmo assim,
poderiam ser avaliadas socialmente).
Digo e digo
mais ainda.
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