sexta-feira, 3 de outubro de 2014

IGARAPÉ-MIRI E A NOSSA SESQUE DE CADA DIA: TEREMOS ASFALTO, UMA "CAPA PRETA" OU SOMENTE UM JOGO ELEITORAL?

prof. Israel Fonseca Araújo

Uma das grandes dúvidas que pairam sobre nossas cabeças, na Igarapé-Miri de 2013 em diante, é a situação de caos em que se encontra uma de suas principais avenidas: a Sesquecentenário (uma avenida que quase virou Avenida "Eládio Lobato", mas isso já é outra coisa). Diz-se de 2013 em diante pois foi em 2013 que essa avenida foi destruída, teve sua arborização retirada, assim como o canteiro central, recebeu blocos de aterro para simular lombadas e, para concluir, perdeu a sua iluminação.

A maior rua de Igarapé-Miri está vivendo seus piores momentos, desde que perdeu sua beleza e sua dignidade.

O caso poderia ter sido outro, porque a Prefeitura de Igarapé-Miri, quando comandada pelo petista Roberto Pina Oliveira (entre 2009 e 2012) conseguiu que a Eletronorte destinasse uma compensação a este município. A empresa do governo federal deveria construir uma nova Sesque (com estruturas laterais, canteiro central e, claro, iluminação), além de construir um centro administrativo para Igarapé-Miri (ao final da Sesque), dentre outros investimentos. Essas conquistas de Roberto Pina daria uma boa cara para o bairro miriense menos contemplado com infraestrutura: a Cidade Nova.

(Placa de Obra; aqui a informação diz que o Governo Federal, Ministério de Minas e Energia, está pavimentando "vias públicas na sede do município de Igarapé-Miri - PA")


Já que a Eletronorte interferiu na organização do meio ambiente de municípios que ficam à jusante da hidroelétrica de Tucuruí, esses territórios passaram a cobrar, via movimentos sociais organizados e ajudas de parlamentares de esquerda (notadamente petistas: Paulo Rocha, Miriquinho, Aida Maria, Valdir Ganzer, Zé Geraldo - dentre outros) e, Igarapé-Miri, conseguiu esses empenhos - além de duas escolas para abrigar alunos do Ensino Fundamental: uma em Vila Maiauatá e outra em Icatu.

As escolas começaram a ser construídas em 2012 e foram entregues em 2013, mas a nova Sesque dependia da gestão de Ailson do Amaral (DEM), o prefeito de Igarapé-Miri depois de 01/01/2013. Sem planejamentos e contrapartida da Prefeitura, o que se vê é a Sesque em abandono.

Mas, como há eleições para governador no Pará, em 2014, lá vem Simão Jatene (PSDB) dizendo que vai asfaltar ruas em Igarapé-Miri e, dentre elas, a Sesque. A aliança de Jatene com "Pé de Boto" iria deixar mais de trinta quilômetros de asfalto nesta cidade (incluídos 17km de asfalto para a estrada da Vila - PA-407)... Logo foi instalada uma placa pública, que não falava de obra pública, mas divulgava o programa "Asfalto na Cidade" (a piada construída nas redes sociais deu novo nome ao programa: "Assalto na Cidade").

Acontece que a placa pública ficou instalada e a obra nunca chegava. Começou uma obra apressada na estrada da Vila (Rodovia do Açaí) e boa parte do povo começou a se iludir, sem entender que se tratava de desespero eleitoral de ambos os lados: de Jatene, pois poderia perder feio em Igarapé-Miri; de Amaral, pois, caso Jatene fosse derrotado, ele (Amaral) não teria como dizer que "fez algo" como prefeito em seus 48 meses de mandato.

Isso jogou máquinas na estrada da Vila e, em setembro (depois que Edir Corrêa assumiu o governo interino, em 18 de setembro), algumas na Sesque. Muita gente comemorando a "chegada do asfalto" e este professor achando que uma obra feita às pressas, com finalidade eleitoreira (logo, uma ação ilegal e imoral, que contou com os olhos fechados e colaborativos do Ministério Público...), pode ser traduzida em duas coisas:
1- uma tapa na cara dos cara dos moradores/as de Igarapé-Miri, pois podem estar sendo enganados, ou se deixar enganar;
2- mais uma humilhação às pessoas, que ficaram mais de um ano sem uma rua digna para se locomover, só porque "políticos" acreditam que o povo tem memória curta e que, assim, o candidato a deputado selecionado para ser beneficiado por essas obras deveria liberá-las somente às vésperas das eleições.

Se as mesmas são obras eleitoreiras, não há dúvidas para quem entende de jogos eleitorais; mas o que não se sabe é se o povo se deixará enrolar com essas manobras.
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P.S.: Ainda não há garantias de que a Sesque será asfaltada, nem se sabe que tipo de asfalto será usado nessa via. O que se comenta nos bastidores eleitorais de Igarapé-Miri é que um homem forte desviou as máquinas da estrada da Vila Maiauatá para serviços em Mocajuba (para enganar eleitores/as...), na velha relação de "políticos" com empresários(...). O caso da Sesque é tão emblemático que tanto a Eletronorte quanto o governo do Pará instalaram placas nessa via, dizendo que estão asfaltando a mesma. [placa acima]


Mas, trata-se de asfalto ou de assalto de nossa dignidade humana?

(Começo de asfalto(????) na Sesque; a imagem postada no Facebook mostra uma capa preta jogada na Sesque. Haverá asfaltamento? Deus sabe)



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